Cãos sem donos (tragédia anunciada)

O sopro do tempo
Me levou pra longe
Dos bons momentos
Que na infância eu vivi

E me perdi de meus sonhos
Nessa cidade grande
Cheia de ilusões
Poluições e maldades

E por causa da saudade
Que bate aqui dentro
Dentro de coração cansado
Preso e magoado

Eu invento distrações
Com poesias e canções
Para fugir das confusões mentais
Que roubam a minha paz

Eu não quero mais
Ficar aqui sem ter pra onde ir
Assistindo essa solidão
Me consumir pouco a pouco

Em meio a essa multidão
De cãos sem donos
E tão perdidos como eu
Que tragédia anunciada, meu Deus!

E já que eu não posso sair daqui
Eu vou viajar nas páginas dos livros
Na melodia de uma boa música
E em tudo que for positivo

Hoje mudei o meu conceito
E a minha busca
Para fazer com que pelo menos
A minha mente seja livre

Mesmo vivendo preso
Nessa selva de concreto
Simbólica caverna de Platão
Onde a falta de senso crítico esbraveja opinião

Hoje eu entendo
Que o segredo da felicidade
Está nas coisas simples
Que eu havia deixado de lado

Por isso, eu peço a Deus
Para que os bons ventos
Me leve de volta para as minhas raízes
Lá sim eu terei mais dias felizes

Cãos sem donos (tragédia anunciada)
Julio Cantuária

2 respostas para “Cãos sem donos (tragédia anunciada)”

    1. Carla, como vai? Muito obrigado pela leitura e pela gentileza de seu comentário. Eu fico feliz que esse poema tenha te feito pensar mil coisas. E que a poesia de dê em nós.

      Um abraço!

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