O sopro do tempo
Me levou pra longe
Dos bons momentos
Que na infância eu vivi
E me perdi de meus sonhos
Nessa cidade grande
Cheia de ilusões
Poluições e maldades
E por causa da saudade
Que bate aqui dentro
Dentro de coração cansado
Preso e magoado
Eu invento distrações
Com poesias e canções
Para fugir das confusões mentais
Que roubam a minha paz
Eu não quero mais
Ficar aqui sem ter pra onde ir
Assistindo essa solidão
Me consumir pouco aos poucos
Em meio a essa multidão
De cãos sem donos
E tão perdidos como eu
Que tragédia anunciada, meu Deus!
E já que eu não posso sair daqui
Eu vou viajar nas páginas dos livros
Na melodia de uma boa música
E em tudo que for positivo
Hoje mudei o meu conceito
E a minha busca
Para fazer com que pelo menos
A minha mente seja livre
Mesmo vivendo preso
Nessa selva de concreto e aço
Simbólica caverna de Platão
Onde a falta de senso crítico esbraveja opinião
Hoje eu entendo
Que o segredo da felicidade
Está nas coisas simples
Que eu havia deixado de lado
Por isso, eu peço a Deus
Para que os bons ventos
Me leve de volta para as minhas raízes
Lá sim eu terei mais dias felizes
Caverna de Platão (selva de concreto)
Julio Cantuária