Nas janelas do morro
Panos brancos
Em homenagens
E pedidos de paz
E lá dentro nos cantos
Mais uma mãe
Se desmancha
Em prantos
Pelo filho que jaz
Esta triste tragédia
Tem se tornado rotina
Nas favelas do Brasil
É mais um sonho
Que se partiu
Partiu por motivo
Da guerra do tráfico
Do confronto
Entre polícia e ladrão
Por descaso
Do poder público
Pelo sistema falido
E corrupto
Infelizmente
À violência está por toda parte
E ela impera
De maneira cruel
E covarde
E para ser vitima
Não tem idade
Basta estar vivo
E todo lugar
É área de risco
À realidade
É triste e dura
E nós estamos longe
De uma saída
Pacífica e segura
Por isso eu peço
À Deus que conforte
As famílias
E que nos proteja
Dessa grande injustiça
E que ele nos dê o milagre
Da consciência, da tolerância
Da esperança
E a força pra lutarmos
Por dias melhores
Já basta de tantas vidas perdidas
Eu espero que às balas
Sejam doces para as crianças
E não o chumbo amargo da morte
Vítimas
Julio Cantuaria
Amei! Retrata a realidade triste de muitos lugares deste mundo, em especial no Brasil. Parabéns!
Olá Raimunda!
Como vai?
Sim, você tem toda razão, afinal, esse poema descreve a dor de muitas mães que estão espalhadas por todas as periferias do Brasil.
E eu escrevi esse poema baseado em uma triste noticia que eu assisti, em que uma criança inocente foi alvejada por bala perdida devido a uma troca de tiros entre a policia e os traficantes de uma das comunidades do Rio de Janeiro.
E lamentavelmente, nós estamos reféns dessas tragedias. Mas, eu agradeço de coração a sua gentileza de ler, comentar e incentivar a minha singela poesia.
Um abraço!