Decidi ser egoísta

Outro amor se foi… E quis deixar sua bagagem em meu coração, mas dessa vez eu fui mais forte. Peguei as malas de lembranças e joguei janela a fora.

Eu não sou a mesma… O tempo me moldou, as feridas cicatrizaram e se tornaram cicatrizes para me lembrar de quem sou. Talvez você não soubesse quem eu era de verdade ou talvez eu não quisesse que descobrisse. (Premonição! Sabe?) Hoje em dia não é qualquer um que me bagunça. Quem não tem educação para morar dentro de outro peito, não merece esse direito.

Pensei que se não quisesse ficar a porta estava aberta. Nunca quis trancar a saída a cadeado, embora algumas vezes tenha acontecido. Agora a porta fica apenas encostada… Já escutou a história do pardal? Ele é um dos únicos pássaros que trancado em uma gaiola se debate até a morte. Não faça isso com o amor. Ele nasceu para ser como o pardal. Livre, leve e solto.

Eu achei estranho como todos me olharam por alguns meses, mas na verdade acharam esquisita a normalidade que se estalou em minha alma. Quando todos esperavam que eu fosse tempestade, eu decidi ser calmaria.

Você partiu, mas o irônico é pensar que você nunca esteve verdadeiramente aqui.

Alguns ainda desconfiam dessa tal confiança. Vou contar o que aconteceu…

Eu sacudi a poeira logo que virou as costas. Aparei as unhas cumpridas para crescerem novas. Fiz um penteado novo no cabelo e liguei o rádio no último volume para dançar. Pulei sobre a cama como se o mundo fosse acabar.

Joguei o lixo virtual do meu celular. Adicionei fotos sorrindo para o amor entrar. Fiz uma janta romântica para eu mesma, e servi amor próprio de sobremesa.

As pessoas continuaram de testa enrugada e nariz torcido para minha tranquilidade, mas o que era importante já estava comigo.

Quando você quebra cara varias vezes, você aprende a levantar sem ajuda alguma. E descobre que dessa forma é a melhor saída.

Vou te contar um segredinho. Quando você ama a si mesma não existe outro amor que te faça mais feliz. O outro sentimento que vier virá para somar e não subtrair.

Então deixa a porta aberta para quem quiser sair e arrume seu interior para quem te fará feliz.

Organize sua mobília e ame cada cômodo que mora em você. Dispa a sua alma de sentimento ruim e faça o mundo se moldar a sua felicidade.

E diga… Se um dia eu chorei, foi para meu próprio bem, ás vezes a gente usa água em faxinas. Deixa a alma leve e limpa. Faz a sujeira passada ser carregada para fora. E quando você sorrir… Eu quero que faça isso primeiro para você, afinal toda faxina deve ter seu descanso merecido.

Depois de provar o amor próprio, eu espero que o outro tipo de amor me encontre. Afinal eu já tenho meu coração como meu próprio lar. Aluguel de peito custa caro.

Então minha cara amiga, cultive primeiramente as rosas de seu jardim e depois o do próximo.

Às vezes ser “egoísta” é necessário.

Thalita Cini

2 respostas para “Decidi ser egoísta”

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