Ninguém se acha vilão

Ninguém se acha vilão
No congresso
Nos faróis
Nas ruas, nos bancos, vielas
Nos comércios
E em todos os lugares
Se roubam cidadãos
Roubam a voz
Roubam dinheiro
Carros, motos, objetos
Roubam a paciência, a paz
E tudo que se pode levar nas mãos
E vendem ilusões
Exploram não só a mão de obra
Mas também a fé dos irmãos
E escravisam mentes e corpos
Trancando sonhos em prisões
E traficam drogas
Informações e até vidas
E conspiram contra a paz
Só pra mostrar
O que o poder é capaz
E combatem a fraternidade
Com o individualismo
Do capitalismo desigual
E a sua selvageria brutal
E fazem o mal através de mentiras
E tantas outras maneiras
Que vão das coisas mais absurdas
Até as pequenas besteiras
E disseminam o ódio
Julgam, segregam
E condenam as diferenças
Sem a menor consciência
Mas ninguém se acha vilão
E todos sujam as mãos
Pelo menos por omissão
Em meio a tudo isso que acontece
Até porque, o bem
Deveria ser para se praticar
No coração e nas atitudes
De todos nós, cidadãos
E nós seríamos heróis
Ao invés de vilões
Mas só praticamos maldades
No lugar do bem
E ninguém se acha vilão
Ninguém se acha vilão
Julio Cantuaria

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