Vida: a beleza que enxergo
A vida
E a beleza
Que eu enxergo
Não se avalia
Na riqueza
Que me nego
Eu me nego todo dia
Canções, literatura, poesia
E a brisa linda contida
Na mãe natureza
Devido à grande correria
Que confunde a minha cabeça
Eu me nego
Retribuir o calor do meu amor
Queria ter mais tempo
Para ensinar o meu filho
Que preço não é valor
E que o sentimento deve ser maior
E eu me nego
A apreciar paisagens
Ouvir o canto dos pássaros
Me nego o olhar, o carinho e o abraço
De um amigo
E até a viagem que fico a desejar
A vida
E a beleza
Que eu enxergo
Se vê perdida
Na incerteza
Que espero
A vida
E a beleza
Que enxergo
É fácil de viver
É difícil descrever
Mas, ainda sim, me nego
E eu não faço por mal
Afinal, o sistema me impõe
Essa condição
E nessa sociedade desigual
Sem alma nem coração
Eu sou só mais que corre atrás do pão
A vida
E a beleza
Que enxergo
Não se representa
Na pobreza
Dos meus versos
A vida e a beleza
Que enxergo
Não contém a tristeza
Que eu vivo
De tanto que me nego
A viver o que desejo
Vida, acho que eu não enxergo
A sua beleza de fato
Que apesar de ser tão simples
E tão breve como um sopro
Tem a grandeza
Do tempo e do espaço
Vida, apesar de eu não viver
A beleza que enxergo
Quero viver cada vez mais
Para aprender, compreender
E desapegar das coisas banais
Só assim, serei mais feliz
Eu sei que preciso me libertar
Da contradição
Entre o que vivo
E o que enxergo
Para dar voz a razão
E não a prática dessa vida automática
Afinal, vida
A beleza que enxergo
Não é refém do dinheiro
Não se entrega ao desespero
E não tem medo de viver
Porque ser feliz é o “estado do ser”
Vida: a beleza que enxergo
Julio Cantuaria
Deus abençoe e sempre ilumine esta rica sabedoria. Palavras que incentivam e trazem profundas reflexões. Um dom que deve ser mantido e compartilhado, como você tem feito.
Professor Agnaldo, eu sou muito grato pelo prestígio de tê-lo como amigo e leitor.
Que Deus o abençoe também.
Muito obrigado e um grande abraço!